terça-feira, 15 de julho de 2008

Novidades 2

René Magritte - Le modele rouge / capturada no google images


Ignorância

Com um punhado
De nãos
Você construiu
Um castelo
Para se enclausurar

Diante do fosso e do portão
A conclusão
De que
Nunca
Vou entrar

A sua impaciência
A sua intolerância
A sua negligência
Só vão lhe destruir

A um passo da indecência
A sua impertinência
Vai fazer o que
Construiu,
Ruir

Daqui deste lado
O meu samba dilacerado
Só lamenta,
Olha
E ri

(2007)

3 comentários:

ricardo aquino disse...

Pela sua postagem um poema cadente de cadência e passos soltos e cabelo ao vento!


Um samba dilacerado entre tantos já composto,
atravessando a avenida dos nossos poros,
entre um poema e outro um samba confissão
em nascituros movimentos de dissolução.

Um samba que chora e ri de si
e mesmo assim é o mesmo que no fim,
passa o chapéu, colhe intenção,
perdoa os céus e segue o cordão.

Um samba que alma e ama demais
num canto escuro, entre as marginais,
um samba à noite e ao dia nascente,
um eterno, um samba cadente!


ricardo aquino

Darlan M Cunha disse...

De verdade, muito do que existe aqui é "mais que um desenho verbal, que refaço", contente de haver encontrado Página tão sutil.

Um abraço.
Darlan M Cunha

Paulo D'Auria disse...

Oi, Karen, cheguei até aqui pelo blog Pedaços e Inteiros, da Cássia.
Adorei o poema que ela postou lá!
Lindo este também!

Belíssimo trabalho o seu.
Parabéns!