terça-feira, 23 de setembro de 2008

Leminski, sempre!

O poeta Rodrigo Garcia Lopes postou em seu blog, na semana passada, um trecho de um debate em que o grande Paulo Leminski participou durante o colóquio "Os sentidos da paixão", coordenado na década de 90 pelo filósofo carioca Adauto Novaes. A citação me fez lembrar de outro trecho, publicado no livro de mesmo nome que saiu pela Companhia das Letras, do qual eu gosto muito. Aqui, as palavras do mestre:

" Se a espécie humana desaparecesse, e seres intergalácticos descobrissem a Terra, um dia, e dissessem: esquisito, viveram seres aqui, estranhos e tal, e eles pareciam ser afetados por uma coisa gozada chamada amor. E se esses seres extraterrenos quisessem reconstituir um quadro do que seja o amor eles teriam que recorrer aos poetas. Saber como o amor nasce, a primeira paixão, o amor `a primeira vista, a continuação da paixão, o fim da paixão, o fim do amor, isso eles teriam que ir buscar nos poetas, porque não existe nenhuma ciência, com toda a sua ambição totalitária, aquela ciência ocidental que nasceu em Órganon de Aristóteles, ela englobou todos os territórios, todo o real, todo o real, ele é um objeto do saber que cabe dentro de uma coisa que a gente chama de ciência, né?. O quadro das ciências. Ora, o amor não cabe dentro desse quadro. Não conheço nenhuma ciência que tenha o amor como objeto. "

(Paulo Leminski - Poesia: a paixão da linguagem)

2 comentários:

Anônimo disse...

quem sabe um dia a ciência chega lá. e discobre que o amor nada mais é que uma reação celular. algo semelhante a uma mitose ou a invasão de um vírus ao núcleo.

(www.osfilhosdoshippies.blogspot.com)

Lelle disse...

Quer coisa melhor de achar essa malinha de letras distribuindo palavras...saudades.