domingo, 14 de dezembro de 2008

poesia


Impermanência


não tem mais nada
em cima da mesa
as cartas
viraram cinzas
as letras
perdidas
em algum lugar
da casa
palavras desencontradas

tudo se foi
apenas a cadeira
permanece ali
navegando no mar
do assoalho escuro
os dois gatos
na poltrona azul
os seus olhos
o porta retrato de vidro

tudo apenas
um desenho mental
que refaço
no assoalho de madeira
perto da porta de saída


* poema de Karen Debértolis - menção honrosa no Concurso Helena Kollody 2008

** imagem do site www.nipocultura.com.br

2 comentários:

Micha disse...

consegues 'fotografar' um cenario fantastico, parabens....e por coincidencia o titulo do teu poema andou no meu cotidiano ..sem saber que ja estava no seu...do outro lado do oceano :) sera uma influencia mutua de Mrs. Monk? :) Boa semana e nao larga a caneta!

Neuzza Pinheiro disse...

visitando seu blog, Karen...viagem pra bem dentro das coisas esse seu poema. Só hoje "encontrei! o inéditos/dispersos" como seu blog. Sempre imaginei q fosse "guardados...". Releve...
distúrbios químicos...rs
bj grande!