terça-feira, 13 de julho de 2010

pelas ruas


Lullaby

Os dentes afiados da moto-serra perfuram os ouvidos às oito horas da manhã denunciando a sanha irracional do vizinho. E parte em pedaços os braços espalhados da jaqueira e da santa bárbara e da peroba cinqüentenária e dos flamboyants senhores de si. Um cheiro de seiva/sangue espalha-se pelos ares dos arredores. Quarteirões de madeiras se empilham numa variação entre o marrom o cinza a cor de carne de árvore. Os passarinhos já se mudaram para cá. O vizinho quer limpar as folhas verdes quer varrer qualquer vestígio. O vizinho está retirando as raízes limpando a área preparando a cova mas vai ser bem rasa.  Ali ele vai semear a sua ignorância.

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