domingo, 20 de março de 2011

A professora Fernanda Jiran é uma das referências mais importantes na minha formação como leitora e escritora. Tive a honra de tê-la como professora de literatura ao longo dos anos em que estudei no Colégio Estadual Vicente Rijo. Suas aulas, um verdadeiro colóquio sobre o assunto, eram instigantes, envolventes e nos faziam amar os livros. Tenho uma admiração infinita por esta mulher. Ela fazia parte de um grupo de professores de altíssima qualidade. Algumas professoras deste grupo eram Iriana, da disciplina de História, Tamar Martinelli e Lealis Guimarães, que nos conduziam pelas aulas de produção de texto, além da professora Guaraciaba, muito sistemática e rígida, mas que me fez entender muito sobre física. Aficcionadas por cinema - e lideradas por Fernanda Jiran, é claro, - mantinham um grupo semanal de discussão sobre a sétima arte. Um clube fechado, secreto. Tive a oportunidade de visitá-las num dia de reunião para fazer uma matéria. Mas, diante do aceite da condição de acompanhar apenas uma parte do encontro. Hoje me deparei com a matéria que destaca a paixão de Fernanda pelos livros. Seu largo sorriso, sua alegria estampada no jornal Folha de Londrina (http://www.folhaweb.com.br/?id_folha=2-1--2661-20110320). 
Aqui, portanto,  presto uma espécie de homenagem, uma forma de agradecimento pelo conhecimento que Fernanda Jiran, gentilmente, partilhou comigo e seus alunos ao longo de muitos anos. Abaixo a matéria publicada no jornal:
 
Gosto pela leitura se tornou a profissão de Fernanda Jiran
Gina Mardones 
 
Fernanda Giran, quando lecionava, presenteava com livros seus alunos: 'É preciso despertar o interesse dos pequenos'
 
O dia a dia de Fernanda Jiran sempre foi cercado de livros e conhecimento. O pai era um austríaco que incentivava a leitura entre as seis filhas. Ela se identificou tanto com o hábito quando criança que acabou se tornando professora de português e literatura. Em sua biblioteca Fernanda já chegou a ter quatro mil exemplares sobre os mais variados assuntos. ''Minha casa sempre foi cheia de livros'', lembra.

Há 13 anos, Fernanda começou a desenvolver alergia a poeira e papel e o médico recomendou que ela se desfizesse de parte de seu acervo. ''Não tive outra alternativa, doei coleções inteiras para o Colégio Vicente Rijo e para a Biblioteca Pública. Algumas coleções acabei vendendo para livrarias'', explica.

Contudo, mesmo com os problemas de saúde, Fernanda não conseguiu se desfazer de alguns exemplares. ''Tenho um carinho especial por alguns autores. A maioria dos meus livros são de música, cinema e história, essas são as áreas que gosto mais'', afirma.

Para ela o hábito da leitura precisa começar cedo e deve ser incentivado pelos pais. ''Tem que dar livro na mão da criança, despertar o interesse nos pequenos. Acredito que a leitura influencia na formação da personalidade porque abre o pensamento, faz crescer o mundo interior'', destaca. Fernanda lembra que quando lecionava costumava dar livros de presentes aos alunos.

O computador que tem em casa fica desligado, coberto por uma capa e não conseguiu cativar a professora aposentada. ''O livro a gente pega, tem cheiro de papel, a sensação das páginas nas pontas dos dedos, tem uma coisa especial. Essas tecnologias novas não tem graça, é tudo virtual, muito frio.''

Apesar da quantidade de livros que ainda possui, Fernanda garante que continua comprando mais. ''No final do ano comprei o último livro que saiu da Bette Davis. Tenho muito material sobre ela, é a minha patrona'', brinca. Atualmente Fernanda tem três programas sobre música erudita na Rádio UEL FM. Ela afirma que os livros são usados para fazer pesquisas e ajudam na montagem do programa. (M.A.)
 

2 comentários:

Michele Wesz Andres disse...

Conheci a Fernanda na Associação Médica de Londrina, onde todas as segundas-feiras de 2004 fui assistir aos concertos de música clássica coordenados por ela. Logo me tornei sua amiga, pois me cativou rapidamente através de seu sorriso simpático, sempre recebendo as pessoas com muito carinho na AML. Tive a oportunidade de ir até sua casa e ela me ofereceu um delicioso chá! Na oportunidade pude conhecer sua coleção de discos e livros. Nunca mais a vi, pois voltei a morar no RS, porém, sinto enorme saudade dela e gostaria muito de revê-la...

Michele Wesz Andres disse...

Conheci a Fernanda na Associação Médica de Londrina, onde todas as segundas-feiras de 2004 fui assistir aos concertos de música clássica coordenados por ela. Logo me tornei sua amiga, pois me cativou rapidamente através de seu sorriso simpático, sempre recebendo as pessoas com muito carinho na AML. Tive a oportunidade de ir até sua casa e ela me ofereceu um delicioso chá! Na ocasião pude conhecer sua coleção de discos e livros. Nunca mais a vi, pois voltei a morar no RS, porém, sinto enorme saudade dela e gostaria muito de revê-la...