Escrever às aranhas, às moscas. Gritar nos ouvidos das paredes
circulares os sentidos mais escusos. Esquecer teus olhos. Dobrar as esquinas
das lembranças com pacientes passos de desagrado. Observar a simetria dos
círculos. Dobrar dedos, assumir avessos, detectar misérias. Recompor teus
gestos: sentada na cama à meia noite de
um dia qualquer. Milimetrar desejos, impacientando as flores deste vaso, falso
jardim. Depois devolver as efígies que impregnam de passado o teu quarto e me
doem na retina do olho esquerdo. O estrábico. O esquisito olho que não olha.
Um comentário:
Adorei Karen. Adoro o ritmo que você cria...
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