segunda-feira, 6 de junho de 2011

A Mulher das Palavras

Escrever às aranhas, às moscas. Gritar nos ouvidos das paredes circulares os sentidos mais escusos. Esquecer teus olhos. Dobrar as esquinas das lembranças com pacientes passos de desagrado. Observar a simetria dos círculos. Dobrar dedos, assumir avessos, detectar misérias. Recompor teus gestos:  sentada na cama à meia noite de um dia qualquer. Milimetrar desejos, impacientando as flores deste vaso, falso jardim. Depois devolver as efígies que impregnam de passado o teu quarto e me doem na retina do olho esquerdo. O estrábico. O esquisito olho que não olha.

Um comentário:

Valdir Pimenta disse...

Adorei Karen. Adoro o ritmo que você cria...