O escritor Rodrigo Domit escreveu sobre o cd "A Mulher das Palavras" na sua coluna "Sem poesia não dá" no jornal digital Sobrecapa Literal. O texto abaixo e o link aqui pra conferirem Sobrecapa Literal:
A mulher dos quebra-cabeças
por Rodrigo Domit
Há tempos vinha sentindo falta de algo em grande parte das músicas que encontro por aí. As antigas canções não fazem mais o mesmo efeito e já se vão alguns anos que tenho certa dificuldade para ter acesso a bons músicos e boas músicas, com boa melodia, harmonia, mas também com uma letra bem escrita e bem trabalhada. Nem sofria mais de abstinência, porque estava esquecida a sensação, porque não me recordava mais da experiência de ouvir músicas que agradassem aos ouvidos e que fossem acompanhadas por uma letra que guiasse a outras percepções (abro parênteses para ressaltar que não quero depreciar as bandas instrumentais, pois muitas delas produzem obras fantásticas e, para não ser injusto com elas, destaco o Baoba Stereo Club, que realiza diversas apresentações pelas ruas de São Paulo http://www.myspace.com/baobastereoclub, e o competente jazz de segunda-feira na AABB da Tijuca, no Rio de Janeiro, com participação do guitarrista Eduardo Guedes http://www.eduardoguedes.net/).
Há tempos vinha sentindo falta de algo em grande parte das músicas que encontro por aí. As antigas canções não fazem mais o mesmo efeito e já se vão alguns anos que tenho certa dificuldade para ter acesso a bons músicos e boas músicas, com boa melodia, harmonia, mas também com uma letra bem escrita e bem trabalhada. Nem sofria mais de abstinência, porque estava esquecida a sensação, porque não me recordava mais da experiência de ouvir músicas que agradassem aos ouvidos e que fossem acompanhadas por uma letra que guiasse a outras percepções (abro parênteses para ressaltar que não quero depreciar as bandas instrumentais, pois muitas delas produzem obras fantásticas e, para não ser injusto com elas, destaco o Baoba Stereo Club, que realiza diversas apresentações pelas ruas de São Paulo http://www.myspace.com/baobastereoclub, e o competente jazz de segunda-feira na AABB da Tijuca, no Rio de Janeiro, com participação do guitarrista Eduardo Guedes http://www.eduardoguedes.net/).
Entretanto, voltando ao assunto, eu sentia falta das palavras e frases marcantes. Nada que ficasse martelando na cabeça contra a minha vontade, mas sim um quebra-cabeça que me deixasse com vontade de montá-lo e desmontá-lo até cansar. Algo que eu carregasse como referência, que não fosse apenas um trocadilho tolo ou frase feita (tão comuns atualmente, tanto na música quanto no humor). Sentia falta dessa coisa subjetiva, de um jogo de palavras, com ou sem rima, mas com ritmo, que se desdobrasse em imagens e me levasse a outras percepções da própria composição. Ou seja, para resumir, era poesia o que me fazia falta.
Eis que, saudosista e desesperançoso, fui agraciado com o CD “A mulher das palavras”, resultado de um projeto coletivo que tem à frente - ao microfone - a escritora e jornalista Karen Debértolis, acompanhada pelos músicos Fillipe Barthem (baixo), Leonardo Cacione (bateria), Rafael Palma (violão e guitarra) e Mizão (guitarra).
A experiência da escritora, com três livros publicados e algumas premiações literárias, somou-se às experiências dos músicos, participantes de bandas de jazz e grupos de samba, e isso tudo ainda foi multiplicado pela produção de Bruno Morais, apontado como um dos expoentes da nova música produzida no Brasil. O resultado não podia ser melhor: uma obra literária-musical com muita qualidade, que se enquadra - se é que é possível enquadrá-la - em algum ponto entre poesia, jazz, prosa poética, samba-rock, recital, ritmos latinos e os genéricos conceitos de literatura brasileira e música popular brasileira.
Eis que, saudosista e desesperançoso, fui agraciado com o CD “A mulher das palavras”, resultado de um projeto coletivo que tem à frente - ao microfone - a escritora e jornalista Karen Debértolis, acompanhada pelos músicos Fillipe Barthem (baixo), Leonardo Cacione (bateria), Rafael Palma (violão e guitarra) e Mizão (guitarra).
A experiência da escritora, com três livros publicados e algumas premiações literárias, somou-se às experiências dos músicos, participantes de bandas de jazz e grupos de samba, e isso tudo ainda foi multiplicado pela produção de Bruno Morais, apontado como um dos expoentes da nova música produzida no Brasil. O resultado não podia ser melhor: uma obra literária-musical com muita qualidade, que se enquadra - se é que é possível enquadrá-la - em algum ponto entre poesia, jazz, prosa poética, samba-rock, recital, ritmos latinos e os genéricos conceitos de literatura brasileira e música popular brasileira.
Não digo mais sobre a obra porque o montar e desmontar ainda vai levar algum tempo, mas após ouvi-la por três vezes seguidas, posso dizer que saudades eu não sinto mais: reencontrei a poesia na música - ou vice-versa, ainda não estou muito decidido quanto a isso.
Aos saudosistas - e agora esperançosos, deixo a boa notícia de que as músicas podem ser ouvidas e baixadas gratuitamente pelo site do projeto: http://karendebertolis.tnb.art.br/.
Aos saudosistas - e agora esperançosos, deixo a boa notícia de que as músicas podem ser ouvidas e baixadas gratuitamente pelo site do projeto: http://karendebertolis.tnb.art.br/.
photo by Fernanda Magalhães
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