6 discos para ouvir em 2015
Radicados em Londrina, Gisele Almeida, André Siqueira, Luke de Held, Dizzaster, Sr. Bonifácio e Antônio Mariano Jr. estão lançando discos neste ano
A produção cultural londrinense, que já teve agenda cheia ano passado nas mais diversas áreas – música, dança e teatro, entre outras –, vai receber vários lançamentos de discos em 2015. O ano promete ser fértil na área musical. Grupos e cantores estão produzindo seus CDs, alguns dos quais já foram notícia no JL.Entre eles, o projeto Conversa de Varanda, da cantora Gisele Almeida, a princípio uma websérie que vai virar disco agora em janeiro. “O disco está pronto e farei o lançamento virtual para as pessoas baixarem em download até o fim de janeiro. O disco físico sai até março”, conta.
Ao todo, dez compositores londrinenses ou que atuam em Londrina foram escolhidos para Gisele gravá-los, cada qual com uma música: Bernardo Pellegrini, Bruno Morais, Karen Debértolis, Rafael Fuca, Miguel Arruda, João de Carvalho, Giovani Viecili, Carolina Sanches, Fischer Seixas e Fábio Brinholi. Todos os vídeos gravados – exceto os de Miguel Arruda e Bruno Morais, que ainda não foram publicados – estão no canal do Conversa de Varanda no Youtube.
Blues
Até o fim de abril ou início de maio deve sair o disco que está sendo produzido pelo compositor, cantor e guitarrista Luke de Held, o disco autoral Blues from Redland (O blues da terra vermelha). Todo em inglês, o CD surgiu depois que ele participou de um festival de blues em Caxias do Sul (RS) no fim de 2013. “Isso me permitiu ter uma expressão em relação ao blues, contato com outros artistas. Vim disposto a gravar um marco para o blues de Londrina, fugindo um pouco do cover. Não me recordo de um disco autoral de blues na cidade.”
Os arranjos foram feitos em conjunto com a banda, formada por Sara Delallo (contrabaixo), Rafael Menezes (bateria e voz) e Diogo Morgado (guitarra e voz). O disco será produzido por Otávio Rocha, um dos pioneiros do blues no Brasil, tendo sido guitarrista da banda Blues Etílicos, e por Beto Werther. “Eles virão do Rio de Janeiro.” Assim como os músicos Fernando Noronha (RS), Cristiano Crochemore (RJ) e Álamo Leal (RJ), que farão participações especiais.
A temática é variada e remete ao blues urbano de Chicago (EUA): Luke de Held vai cantar relacionamentos desfeitos, dificuldades de se lidar com mulheres, busca de liberdade e a música como componente indissociável da alma humana, tudo com uma pitada de ironia. Dois singles já podem ser vistos e ouvidos no Youtube: My babe left me e That woman was the devil.
Rock
Variado é o rock da banda Sr. Bonifácio, que está programando um disco para março deste ano. “Estamos em processo de composição do segundo CD autoral. O primeiro foi um EP, de 2013”, conta o guitarrista e vocalista Marcelo Celligoi. No ano passado, Celligoi e Eduardo Assad (contrabaixo, teclados e voz) receberam os novos integrantes Renan Muliterno (guitarra e voz) e Pedro Kami (bateria). “Queríamos adquirir experiência de palco e entrosamento antes de qualquer coisa.”
Foi por isso que, depois dos 60 shows em 2013, o grupo passou a compor as músicas para o CD. “A gente tem influências em várias vertentes, mas não saímos do rock. Temos da música clássica, da música brasileira, do jazz, do blues.”
André Siqueira faz “naturalismo às avessas” em novo disco
O instrumental do compositor André Siqueira está no forno em releituras e composições próprias que estarão no CD Catamarã, que ele mesmo definiu como um “naturalismo às avessas”, já mixado e que deve ser finalizado neste ano.
“Estou fazendo sem financiamento, então vou capitalizar para masterizar e fazer a arte e prensagem”, explica Siqueira. Chovendo na roseira, de Tom Jobim, e Tocata em ritmo de samba, de Radamés Gnatalli estão no repertório. “São nove composições.”
As autorais têm influência do nacionalismo de Heitor Villa-Lobos (1887-1959) e de outros compositores da primeira metade do século 20. “Releio isso de um ponto de vista da matriz da cultura popular. Em vez de colocar a cultura popular nos moldes da cultura erudita, pego motivos improvisados e uso na técnica erudita. Eu chamo de naturalismo às avessas.”
Gravado parte em Londrina e parte em Belo Horizonte, o disco tem participação dos músicos Léo Pires (bateria), Vitor Duarte (oboé e corne inglês), Bruno Pimenta (flauta em sol), Tabajara Belo (violão), Júlio Erthal (flauta), Gabriel Zara (contrabaixo), Luca Bernar (piano) e Elizah Rodrigues (voz). A voz de Elizah não é falada nem cantada, mas como se fosse um instrumento, característica do trabalho de Siqueira.
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