domingo, 13 de abril de 2008

O tempo não pára

Nos idos da década de 80, Cazuza, com seu Barão Vermelho, não paráva de tocar nas nossas festas. Tudo o que escrevia e cantava nos fazia muito sentido. Fazia parte da inquietação da minha geração. Anos depois, muitas letras ainda fazem muito sentido. Até muito mais sentido. E, às vezes, a única saída é pedir piedade.


Blues da Piedade
(Roberto Frejat/Cazuza)

Agora eu vou cantar pros miseráveis
Que vagam pelo mundo derrotados
Pra essas sementes mal plantadas
Que já nascem com cara de abortadas
Pras pessoas de alma bem pequena
Remoendo pequenos problemas
Querendo sempre aquilo que não têm
Pra quem vê a luz
Mas não ilumina suas minicertezas
Vive contando dinheiro
E não muda quando é lua cheia
Pra quem não sabe amar
Fica esperando
Alguém que caiba no seu sonho
Como varizes que vão aumentando
Como insetos em volta da lâmpada
Vamos pedir piedadeSenhor, piedade
Pra essa gente careta e covarde
Vamos pedir piedade
Senhor, piedade
Lhes dê grandeza e um pouco de coragem
Quero cantar só para as pessoas fracas
Que tão no mundo e perderam a viagem
Quero cantar o blues
Com o pastor e o bumbo na praça
Vamos pedir piedade
Pois há um incêndio sob a chuva ralaS
omos iguais em desgraça
Vamos cantar o blues da piedade
Vamos pedir piedade
Senhor, piedade
Pra essa gente careta e covarde
Vamos pedir piedade
Senhor, piedade
Lhes dê grandeza e um pouco de coragem

Um comentário:

carina paccola disse...

Karen, hoje de manhã estava vendo uns clipes antigos na MTV. Tinha Cazuza. Deu saudades dos anos 80. beijo